A globalização é um processo atual que tem vindo a modificar as formas de viver em sociedade, sendo um dos grandes desafios para o século XXI jogar na interface entre o cérebro e o computador. Vejamos quais são os riscos e os cuidados a ter, priorizando a responsabilidade de cada um.

 

O progresso e a inovação são um novo panorama global em todo o mundo. A par desta evolução cibernética, crescem os medos de dependência de um simples ecrã e, por sua vez, aumentam também os estudos e investigações sobre este fenómeno. Exemplo disso é Jennifer Zhu Scott, uma mãe consciente dos perigos da Internet quando decidiu dar smarthphones às suas duas filhas. Para esta mulher um telemóvel é uma arma perigosa se for mal utilizada, o que a levou a criar um documento onde são estabelecidos 15 pontos essenciais para um uso racional da tecnologia. Podes assistir à TedWoman Talk aqui.

 

Um outro grande exemplo surge representado num dos episódios da série Deus Cérebro, produzida pela RTP Play. Cientificamente, é descodificado o sistema neurológico do ser humano, referindo a fusão entre o cérebro humano e a tecnologia. Passamos de uma espécie nómada de caçadores recolectores para sedentários com os olhos postos no ecrã. Que efeitos pode ter no cérebro humano uma sociedade de crescimento tecnológico acelerado? Dispensamos demasiado tempo em torno de coisas tão simples como ir ver de cinco em cinco minutos quantos “gostos” a nossa foto publicada tem. Este é um exemplo de um desejo aditivo que pode ter impacto no cérebro das crianças, seres mais vulneráveis a questões de segurança. A título ilustrativo, os dedos polegares dos adolescentes hoje em dia já estão mais representativos cognitivamente por terem sido anteriormente utilizados em, por exemplo, comandos de videojogos e telemóveis – até nas campanhas hoje em dia utilizamos o polegar em vez do indicador.

 

Perante este cenário é importante adotarmos hábitos que nos ajudem a controlar e prevenir os perigos digitais. Seguem-se um conjunto de “reminders” úteis para o teu quotidiano!

 

Os teus dados são pessoais e valiosos – não entregues a qualquer um nem a qualquer site!

Atenção que o site gratuito vem com o seu próprio preço de arrasto. Aplicações como o Facebook, Twitter, Instagram ou Tik Tok mapeiam a atividade toda realizada pelos utilizadores para alimentar a publicidade e personalização de conteúdo. Somos o alimento da indústria tecnológica.

 

Cuidado com as fotografias que publicas!

O progresso nem sempre é positivo. A prova disso é quando a nossa identidade e integridade pessoal pode ser colocada em causa. Antes de publicares uma fotografia pensa que, hoje em dia, é possível manipulá-la e criar imagens e vídeos falsos.

Também as crianças, embora sem maturidade para decidir, merecem um dia poderem escolher se querem ou não ser expostos nos media digitais, o que leva a Zhu Scott a defender que não devem ser publicadas fotos de bebés exclusivamente por opção paternal.

 

Cuidado com o que escreves, fotografas, gravas e envias para alguém!

Ser digital pode significar ser permanente, por isso não desvalorizes quando te alertam para “O que publicas nunca mais desaparece”. Qualquer pessoa que recebeu uma mensagem pode reenviá-la para outra, os pequenos ecrãs podem ser hackeados e até há quem se aproveite do sexting.

 

Opta por boas regras de etiqueta e desfruta mais do momento

Quando estás com os teus familiares ou amigos opta por usufruir do momento em vez de estar agarrado às novas tecnologias. Mesmo quando estás em casa “sem fazer nada”, porque não aproveitar para consumir conteúdos televisivos, praticar atividades que te interessem ou descansar, em vez de estares constantemente nas redes sociais? A escolha de ter uma vida fora do ecrã é tua!

 

Não excedas os limites de tempo ligado às redes sociais. Não percas as tuas habilidades básicas!

Tudo em excesso é em demasia. Sabias que a dependência digital pode afetar o teu nível de foco e concentração? Cientificamente está comprovado que os alunos cada vez mais têm dificuldades em focar-se mais de 15 minutos numa tarefa, tendo a necessidade de alternar o estudo com a internet num curto espaço de tempo. Para além disso, lembra-te que o ato de escrever com lápis e papel é totalmente diferente de teclar num smartphone ou computador e ativa os sentidos de formas diferentes.

 

Racionaliza antes de clicar no “publicar” – daqui a 10 anos vais querer ter isto na internet? Sê um cidadão responsável!