O Programa Almeida Garrett, implementado em 2009 por iniciativa do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas como um projeto em desenvolvimento, teve como objetivo, proporcionar aos estudantes universitários a oportunidade de dinamizarem o currículo académico.
Atualmente, consiste num programa de mobilidade interna, de modo a incrementar a qualidade e realçar a dimensão do Ensino Superior em Portugal, além de, proporcionar oportunidade de valorização pessoal e profissional, que estimula as instituições a alargarem os horizontes, promovendo igualmente um intercâmbio de conhecimentos, experiências e saberes.
Então, em termos práticos o que oferece este programa?
Se estás matriculad@ numa universidade portuguesa, tens a possibilidade de frequentares durante um período de estudos, uma universidade portuguesa que não a tua (pública ou privada) desde que integrante do programa e com pleno reconhecimento académico, em que podes diversificar a tua experiência formativa.
Podes encarar de forma simples, como um Erasmus a nível nacional. Para muitos estudantes universitários, um programa de mobilidade para o estrangeiro, conhecido pelo Programa Erasmus, é inviável devido a questões financeiras. Assim, o Programa Almeida Garrett, tal como o Programa Erasmus, conduz à promoção e reforço da qualidade de ensino!
Para ser mais clara e objetiva, vou partilhar a minha experiência, e permitir, quem sabe, te identificares comigo, ou acima de tudo, te permita libertar de dúvidas e receios, ao pensares que estas mudanças te possam suscitar:
Sou estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, atualmente com o 1º semestre do 3º ano a acabar, e, tive o privilégio de conseguir entrar no programa de mobilidade Almeida Garrett, permitindo-me fazer este semestre completo na Universidade Católica Portuguesa.
Se posso identificar desvantagens da minha experiência? Não! Parece-te estranho?
Desde logo, deves estar a pensar nos custos: apesar de não ter comparticipação monetária, uma das grandes vantagens que te posso transmitir, é que as propinas que são pagas, são as das tuas instituições de origem (sim, mesmo na Universidade Católica, sendo uma instituição privada). Mas, muito para além da questão financeira que muitas vezes pode ser um entrave, vários são os motivos para que tenhas esta iniciativa em conta para um dos teus semestres (se possível).
Os motivos vão desde as experiências pessoais, às académicas: conheces pessoas novas, tens formas de ensino diferentes das que estás habituad@, sais da tua zona de conforto e no meu caso mantive-me na mesma cidade, permitido o equilíbrio entre o novo e o porto seguro que por vezes necessitamos!
Informações importantes:
Em termos de equivalências?
Sinceramente, partilho contigo que era algo que me preocupava e muito, porque não estava nos meus planos deixar alguma unidade curricular em atraso. No entanto, recorrendo aos apoios de ambas as instituições (a tua de origem e para onde te candidatas) é possível fazeres o teu contrato de estudos, conjugando unidades curriculares de todos os anos, desde que os horários sejam compatíveis, o que é ótimo!
Quanto às questões burocráticas?
É tudo mesmo muito simples, só tens de apresentar os documentos habituais, como a fotografia tipo passe, a fotocópia do cartão de cidadão e o teu currículo! Depois, não podia faltar, o comprovativo da matrícula e certificado do teu registo académico. O último passo, para passares a ação: basta fazeres as tuas melhores escolhas e anexares, o formulário de candidatura e plano de estudos com o pretendes.
Dica importante, para que não te esqueças: atenção aos prazos de candidatura na tua instituição, alteram-se todos os anos e de um semestre para o outro!
Contudo, mais do que a parte burocrática, que facilmente encontras tanto na Universidade de Lisboa, como na tua instituição de ensino em concreto, quero que entendas, o quão bom esta alteração pode ser, como para mim foi, um verdadeiro impulso e uma lufada de ar fresco, no meu percurso!
Cada experiência é diferente, e claro que tudo tem aspetos mais ou menos positivos, consoante a forma como nos conseguimos adaptar. No meu caso, conheci um mundo completamente diferente, desde o ensino, aos espaços exteriores, à diversidade cultural, aos materiais de acesso, aos docentes, entre tudo o resto que é impossível de partilhar, e que marcará, com toda a certeza para sempre, o meu percurso académico.
Partilho uma pequena curiosidade, para perceberes que a mudança pode ser mesmo a todos os níveis: tal como tu, eu sempre tive as avaliações com a habitual caneta e papel. Mas, durante estes meses tive de me habituar a escrever uma avaliação totalmente em computador! Parece simples, mas de todo que não! Chegou mesmo a ser stressante e muito estranho ao início. E porquê? Porque estava a sair da zona de conforto. E isso é mau? Não, porque fez-me desenvolver competências, evoluir e corrigir o que fosse necessário, para atingir a melhor versão de mim.
Ou seja, por vezes só por ser diferente daquilo a que estamos habituados, não significa necessariamente que seja melhor ou pior. O que acontece, é que estarás com toda a certeza a desenvolver as tuas capacidades de adaptação e de crescimento. Assim, o que te posso garantir, é que podes contar com um reforçar da tua realização pessoal e espírito de cidadania, uma promoção da criatividade, competitividade e consequentemente da própria empregabilidade e perspetivas para o futuro.
Acima de tudo, abraça todas as oportunidades que te permitam crescer e lutar por aquilo que sonhas, foi isso que eu fiz, e não podia estar mais feliz com tudo aquilo que levo desta experiência. Confia em mim e embarca nesta aventura!