Muitas vezes associamos a evolução da sociedade e do mundo a evolução tecnológica ou a evolução de capacidade diagonóstico, mas, se pensarmos bem, será que apenas estas áreas contribuem para evolução da sociedade? A resposta, obviamente, é não.

 

Existem estudos e investigações que são constantemente feitas no sentido de identificar problemas sociais que existam e encontrar soluções para esses mesmos problemas.

Nem sempre a solução passará pelo desenvolvimento de uma nova tecnologia ou produto, muitas vezes passa pela criação de projetos ou pelo desenvolvimento de dinâmicas culturais que permitam a correção de certos comportamentos ou, pelo menos, uma maior tomada de consciência das implicações que as nossas ações têm.

 

Por exemplo, sabias que segundo um estudo realizado recentemente mais de metade dos estudantes universitários que enviaram nude selfies não tinha perceção dos riscos que corriam? E que uma parte destes foi vítima de violência sexual online, por partilha não consentida?

 

O sexting (partilha de textos e imagens de cariz sexual com conteúdo sexual explícito) é uma prática bastante comum entre jovens e segundo o estudo, Abuso sexual baseado em imagens, realizado a 525 estudantes do ensino superior, o impacto criado por este tipo de atividade provocou sentimentos como: humilhação, vergonha e desespero.

O estudo revela ainda que em 70,32% dos casos em que são enviadas nudes selfies a outra pessoa, o principal recetor(a) é o(a) namorado(a). A existência de uma relação amorosa com o destinatário é a principal causa pela qual é realizado o sexting, e esta é caracterizada por “respeito, estabilidade e confiança”.

Para além do namorado(a), na lista de destinatários encontram-se também “pessoas que gostavam ou tinham esperança que viesse a existir uma relação” e “conhecidos apenas virtualmente”.

Dos estudantes entrevistados, 60% já receberam imagens de cariz sexual e 41,90% afirmaram ter enviado esse tipo de imagens. A maioria das nudes é enviada a pessoas do sexo masculino, representando estes a maioria dos ameaçadores.

Ainda que a maioria dos participantes fizesse queixa caso fossem alvo de ameaças e que, em Portugal, o Abuso Sexual Baseado em Imagens é reconhecido como crime, há muitos que não o fariam devido ao “receio de maior exposição, culpabilização e revitimização institucional, vergonha e descrença no sistema de ajuda”.

 

O objetivo deste estudo não é dizer-te se o sexting é algo positivo ou negativo, é simplesmente chamar à atenção para o que se passa, qual é a perceção dos envolvidos e quais são as possíveis consequências. Se este estudo não tivesse sido feito, tinhas noção desta realidade? Provavelmente, não. Mas isto permite que as Instituições de Ensino Superior, o Governo e/ou as organizações deste âmbito, consigam desenvolver respostas/atividades para consciencialização dos jovens quanto aos perigos existentes e como evitá-los.

 

Com isto queremos dizer-te que seja qual for a área onde queiras fazer investigação no futuro, podes sempre encontrar formas de contribuir para a evolução do ser humano e da sociedade.