Quando as pessoas agem de uma certa forma e que nós não gostámos ou que não vai de encontro às nossas expectativas, temos sempre a tendência a achar que tem a ver connosco, com algo que nós fizemos ou com quem nós somos. Será que realmente tem a ver com isto?
Quando convidámos alguém para jantar ou para um café e a pessoa diz que não, mas depois aparece num story do Instagram com outras pessoas, como é que é a nossa reação? Achamos que não somos importantes e que a pessoa não quer saber de nós. Levamos as coisas a peito.
Esforçaste-te imenso para ter grande nota num trabalho ou num teste, apesar disso tens uma nota que consideras fraca ou pouco satisfatória, como é que reages? Achas que o professor tem algo contra ti ou que te quer prejudicar. Levas as coisas a peito.
Vês dois amigos teus a conversar, eles olham para ti e começam-se a rir, como é que reages? Achas que eles estão a falar de ti e a gozar/criticar algo em ti ou teu. Levas as coisas a peito.
Mas será que tudo isto que nós achamos ou sentimos é a realidade? E será que realmente a culpa de nos sentirmos assim é das outras pessoas? Na realidade, quando nos sentimos assim, quem está a falar e quem assumiu o controlo dos nossos pensamentos é uma parte de nós, chama-se Ego.
O nosso Ego tem a necessidade de se sentir especial, não gosta de ser criticado e adora estar sempre certo. No fundo, quando ele entra no jogo as coisas ficam bem mais cansativas.
Se pensares, não era muito mais fácil assumir que quando estas situações acontecem, nada têm a ver contigo? Se não estivéssemos à mercê do nosso Ego, deixávamo-nos de preocupar com o que as outras pensam, estaríamos mais preocupados em compreendê-las e em trabalhar as nossas relações, ao invés de andarmos no mundo da paranoia.
Quais são as soluções?
Em primeiro lugar, tens de perceber que não é sobre ti, o mundo não gira à tua volta ou do teu Ego.
Por exemplo: imagina que estás a fazer uma apresentação, alguém pega no telemóvel e está a escrever alguma coisa. A nossa reação, na grande maioria das vezes, é algo do género “Eu perdi imenso tempo a fazer isto, mereço respeito!”.
Se calhar, aquela pessoa, não está na realidade a desrespeitar-vos ou a fazê-lo de forma propositada. Pode simplesmente estar a pegar no telemóvel para tirar notas porque está a achar tudo superinteressante, ou então porque está à espera de uma mensagem importante de algum familiar que está doente.
No fundo, a solução é tentares perceber a perspetiva da outra pessoa, mudar o foco de “Eu” para “Nós” e desta forma não vais levar as coisas de forma tão pessoal.
Isto parece simples na teoria, na prática é capaz de ser um bocado mais difícil, até porque há coisas que nos tocam mesmo naquele nervo. Ninguém disse que ia ser fácil, até porque equilibrar a balança da nossa mente não é fácil, mas é uma forma de libertar o peso do nosso Ego.
Em segundo lugar, fala com as pessoas envolvidas e sê mais benevolente contigo própri@. Quando alguém tem uma atitude que não gostas, podes sempre dizer a essa pessoa o que não gostaste e o que isso te fez sentir – sem culpar a outra pessoa! Isto é importante - ao invés de assumires que a pessoa não quer saber de ti ou não gosta de ti.
Se te disponibilizares a explicar isto, estás a ser vulnerável, a abrir a porta para a empatia e a não culpar a outra pessoa. Permite que a pessoa se aperceba do que se passou e tenha isso em conta para uma próxima vez.
A partir de agora, aproveita todos os momentos em que te levares as coisas de forma muito pessoal para te policiares – aplicando estas duas sugestões - e começares aos poucos a libertar-te das amarras do Ego.