Aquela ideia de sorrirmos e isso vai fazer com que nos sintamos melhor, funciona quando não sabemos exatamente o que estamos a sentir – chama-se a isto Hipótese do Feedback Facial – no entanto, é totalmente diferente quanto temos alguém a dizer-nos que temos de o fazer porque é o nosso trabalho.
O mundo do trabalho é um campo que exige cada vez mais de cada um de nós. A exigência passa não só pelo cumprimento de horários, mas também pela exigência com a tua postura.
Sorrir tornou-se um requisito. Uma tarefa. Pelo menos, quando é exigida por uma política de trabalho, no chamado “serviço com um sorriso”.
De forma a estimular a ligação do cliente com a marcar, produto, serviço ou loja, muitas pessoas são “forçadas” a sorrir constantemente, porque faz parte do trabalho delas, até mesmo quando não têm a mínima vontade de o fazer.
A maioria dos trabalhos exigem pelo menos alguma interação humana, mas é possível definir dois grandes momentos onde isto acontece:
- Encontros de serviço que são interações únicas, como, por exemplo, ir ao Starbucks ou ao Continente.
- Relações de serviço, que exigem uma contínua interação, como por exemplo a ida ao médico.
A verdade é que sorrir pode tornar-se a missão mais difícil em dias que não representem a realidade da tua vida. E esta missão, que enfrentas diariamente, pode ter percursões avassaladoras fora do teu horário de trabalho e pode ter um preço bastante alto, anos mais tarde.
Isto porque, ao invés de ser, unicamente, uma postura de trabalho, pode começar a ser o próprio sorriso que expressas numa conversa ao jantar ou quando estás a trocar ideias com alguém.
Esta “atuação superficial” pode até levar-te a hábitos prejudiciais para ti mesmo, como as bebidas alcoólicas.
Porque é que temos esta tendência? Porque como estás constantemente a exercer forçar o teu corpo a expressar uma emoção que não sentes, é quase como se “gastasses” os sorrisos que tens disponíveis.
Como “gastaste” os que saem naturalmente tens de os ir buscar de forma artificial e se há coisa que ajuda nesta busca, é o álcool. A quem diga: “Beber para esquecer. Beber para celebrar. Beber para acontecer algo interessante” e não é por acaso.
Aliás, o estudo realizado por Alicia Grandey, da Penn State University nos EUA, que contou com mais de 1.500 participantes, indica que problemas alcoólicos que aparecem em pessoas que desempenham estas funções podem relacionar-se diretamente com este constante controlo do "músculo emocional".
Mas calma, que há solução!
És o teu próprio chefe em relação às tuas emoções e a forma como as expressas, por isso, para conseguires contornar este desafio esforça-te por aplicar as seguintes dicas nas tuas horas de trabalho:
- Faz “intervalos de recuperação” periódicos para recarregar as baterias;
- Aproveita esses mesmos momentos para criar relações com os teus colegas de trabalho.
Lembra-te que quanto mais fomentares as interações contínuas, neste caso com os teus amigos ou colegas de trabalho, mais motivação terás e menos vezes terás de usar o teu “best fake smile”.