O título deste artigo fez-te comichão, não foi? Então, fica aqui durante 7 minutos para perceberes como uma mobilidade Erasmus durante a licenciatura mudou completamente o rumo da minha vida.
Há 5 anos, eu era um estudante a frequentar o 2º ano de licenciatura e estava a começar a envolver-me em várias atividades extracurriculares, a conhecer muitas pessoas de todo o país e do mundo. Houve um semestre em particular no qual fui mentor de estudantes internacionais – mostrei-lhes a cidade, ensinei-lhes os processos, integrei-os na cultura portuguesa e acompanhei-os para todo o lado – incluindo as viagens, as festas e os convívios.
Sabem o que todos eles tinham em comum? Eram verdadeiramente felizes – uma felicidade contagiante, sorrisos do tamanho do mundo todos os santos dias. O que me fascinava mais, eram as histórias que estes jovens me contavam – as viagens que faziam, as peripécias que passavam, os desafios que enfrentavam e o quanto tudo isso os estava a tornar na melhor versão de si próprios. No final do semestre, deu o click na minha cabeça: “Eu tenho mesmo de fazer isto. Eu não vou ter mais nenhuma oportunidade. Tenho de ir no próximo ano!”
E assim foi. Poupei cerca de 2000€ durante alguns meses em alguns trabalhos e planeei viagens para todos os fins de semana enquanto estava na República Checa. Dormi em hostels horríveis (outros maravilhosos), experienciei todo o tipo de gastronomias, fiz amigos para a vida e tenho uma cama garantida em quase todos os locais deste mundo. Tudo isto em 6 longos meses que pareceram muitos curtos.
Posso garantir-te que foi o virar da página. A maior parte das histórias que vou contar aos meus netos foram vividas em apenas 6 meses. Abriu-me os olhos em muitos aspetos, fez-me crescer enquanto pessoa e chegar a um grande nível de maturidade. Fez-me perceber que a vida não é tão fácil como pensamos, mas que com dedicação e trabalho conseguimos ser tudo o que sempre sonhámos. Permitiu-me visitar mais de 10 países europeus. Fazer amigos para a vida em todos os cantos do mundo. E, acima de tudo, esta experiência fez com eu passasse por um processo de autodescoberta que nunca iria acontecer de outra forma. Repetiria tudo novamente se tivesse oportunidade.
Permite-me dar-te apenas este conselho – não só para decidires se queres fazer Erasmus ou não, mas para tudo. Não penses na decisão – apenas diz SIM, deixa a magia acontecer e a história escrever-se a si própria. Eu sei que é assustador pensar na possibilidade de viver no estrangeiro, sozinh@ e desnortead@. Se a vida fosse fácil não teria piada. Dá-te a conhecer, viaja o máximo que consegues, questiona tudo, sê curios@, não percas uma única experiência, regista as memórias e vive cada dia como se fosse o último – esta é a receita para um ERASMUS perfeito.