Apenas 46% dos alunos conclui a licenciatura que frequenta no tempo previsto para tal: três anos. Os dados são de um estudo do Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, que durante quatro anos analisou o percurso académico de todos os alunos que se inscreveram em 2011/12 pela primeira vez no 1.º ano de licenciaturas com duração teórica de três anos.
Além deste dado, há outros que vale a pena referir: A maioria dos alunos ou não completou o curso, ou abandonou o ensino académico, ou transferiu-se para outra licenciatura.
A nível das classificações dos estudantes também há informações a reter. "Quem entra com notas mais altas tem maior probabilidade de concluir o curso e de fazê-lo dentro do prazo esperado", como explica o jornal Observador. "De facto, se entre os alunos que entraram no ensino superior com 18 valores, a esmagadora maioria (74%) tinha terminado o curso ao fim de quatro anos, entre os que ingressaram com 10 valores o número sofre uma queda abrupta: só 19% tinham concluído a licenciatura até 2014/15, enquanto mais de metade (54%) tinha abandonado os estudos."
No que toca às diferenças tendo em conta o género, os resultados das mulheres são melhores do que os dos homens. "Entre as alunas, 60% tinha completado o curso ao fim de quatro anos e só 17% tinha abandonado o curso. Entre os estudantes do sexo masculino, só 40% chegaram ao fim da licenciatura e um quarto deles (25%) desistiu dos estudos", explica o mesmo jornal.
Por fim, os investigadores deixam espaço para uma questão que apesar de não ser comprada, não deixa de ser pertinente formular: "O melhor desempenho escolar no ensino superior dos alunos deslocados parece ser um fenómeno robusto e transversal. Mas como explicá-lo? Apenas podemos oferecer uma hipótese plausível mas não testada: a hipótese de a disponibilidade para deslocação regional, por parte de um aluno, implicar a priori uma motivação para os estudos já razoavelmente forte, em comparação com a média dos seus colegas que preferiram não se deslocar, motivação essa que não se deixará de refletir também no seu desempenho escolar no ensino superior”