Não é de agora que se tem vindo a perceber que é necessário apostar nos jovens porque, de uma maneira ou de outra, o futuro passa por eles. E quando dizemos apoiar os jovens, referimo-nos à aposta na sua formação.
Entre 2014 e 2016, esta mesma ideia foi assegurada pelo POCH (Programa Operacional Capital Humano), através do Fundo Social Europeu. Joaquim Bernardo (presidente do POCH), explica ao Diário de Notícias que, desde então, esta iniciativa é advém de uma reestruturação causada pela forte necessidade de direcionar mais investimento para a formação dos jovens. Desta forma, os apoios passaram a ser implementados não só por este, como também (e sobretudo) por outros programas – “ficando apenas a ajudar a gerir, desde essa data, os apoios ao acesso ao crédito para a frequência no Ensino Superior”, através de um instrumento financeiro sob atual gestão do Banco de Fomento. Ainda assim, o presidente do POCH acrescenta que a ação apoiou um total de 128 mil jovens e adultos estudantes num investimento de 668 milhões de euros, 568 dos quais foram investidos pelo Fundo Social Europeu.
De uma coisa estamos cert@s... Seja qual for o programa utilizado, o propósito é sempre o mesmo: aumentar a percentagem de população com o nível de Ensino Superior. O objetivo é, no fundo, nivelarmo-nos pela média da União Europeia.
De notar que antes de 2013, em Portugal, apenas 30% da população com idade compreendida entre os 30 e os 34 anos tinha um nível de Ensino Superior. Nos dias de hoje, esse mesmo valor sobe para os 40% (dados extraídos a partir do quarto trimestre de 2020) com 39,6% de média anual, o que significa que a meta estabelecida para 2020 (40%) a nível europeu e nacional está praticamente equiparada. Feitas as contas, podemos concluir que em seis anos Portugal conseguiu aumentar dez pontos percentuais.
Mas como é que estão as coisas, neste momento?
Há poucos dias, foram apresentados os resultados do estudo Avaliação do contributo do Portugal 2020 para o aumento de diplomados no Ensino Superior. Sobre eles, o presidente do POCH refere que os resultados apresentados revelam que os estudantes que beneficiam de bolsas de ação social são os que menos desistem dos estudos, aumentando, desta forma, a probabilidade de obterem com êxito o diploma “no tempo certo”. Em parte, por consequência, verifica-se também que os mesmos conseguem ainda melhores resultados – quer durante a frequência do curso, quer no final deste.
Estes números mostram-nos ainda que as metas europeias “ao nível dos indicadores físicos estabelecidas para o POCH até 2023, estão já ultrapassadas (…)” – uma vez que era estimado, até 2023, apoiar 100 mil estudantes e, neste momento, são já mais de 115 mil que usufruem de bolsas de ação social no Ensino Superior. Destes, 55% concluíram o grau de ensino, com os resultados apurados até 2020. Já nos CTEsP (cursos técnicos superior profissionais), foram apoiados 6590 estudantes – 60% dos quais foram certificados com sucesso.
A avaliação referida acima indica-nos que 83% dos estudantes inquiridos revela que a bolsa apoiada pelo POCH foi praticamente decisiva para a conclusão do grau de Ensino Superior. Não obstante, 90% dos estudantes bolseiros encontram-se, de momento, empregados. Tudo isto leva-nos a crer, estes apoios não só permitiram aumentar a percentagem de população a frequentar o Ensino Superior, como também ajudaram a diminuir a taxa de desemprego entre os recém-diplomados do Ensino Superior Público.
Ainda no que se refere à empregabilidade no nosso país, o desemprego entre os recém-diplomados do Ensino Superior Público tem vindo a diminuir – o que não significa que nos possamos descurar desta matéria e o próprio presidente do POCH reconhece que “os estudantes estão cada vez mais atentos à empregabilidade, nível salarial e perspetivas de evolução a longo prazo (…). Estruturas como observatórios de empregabilidade são interessantes para disponibilizar dados fidedignos de apoio à decisão dos jovens, que terá grande peso no seu futuro”.
Podemos concluir que Portugal tem vindo a aumentar o número de população com Ensino Superior ou formação avançada concluídos. Ainda assim, há que reconhecer o papel que os vários programas que referimos acima desempenharam e desempenham neste processo. Para os jovens estudantes, por exemplo, é notória a vantagem e o partido que tiram em beneficiar das bolsas de ação social – tornando-as assim o apoio mais expressivo para os estudantes.
Clica aqui, se tiveres interesse em saber mais acerca do estudo Avaliação do Portugal 2020.