As Instituições de Ensino Superior contam já com aproximadamente 76 mil candidatos a este apoio do Estado. A razão pela qual observamos este aumento, deve-se às novas regras implementadas que permitem apoiar mais alunos e facilitar o acesso a quem já estava abrangido pela ação social no ensino secundário.
De acordo com a última divulgação feita pela Direção-Geral do Ensino Superior, há 75.994 estudantes candidatos a bolsa de estudo. Este número reflete um aumento de 10.650 alunos que visam ter o apoio do Estado para conseguirem frequentar o ensino superior. Podemos reconhecer que, em anos anteriores, nunca se tinha atingido os 70 mil nesta fase do ano letivo.
Neste momento, a DGES ainda não divulgou os resultados do processo de análise das candidaturas e, por essa razão, ainda não é possível saber (neste momento) quantos desses estudantes irão ter direito a bolsa. Mas este número não fica por aqui… O maior número de pedidos regista-se efetivamente no arranque das aulas, mas é possível apresentar a candidatura em qualquer fase do ano letivo, pelo que este número ainda deverá subir.
No ano passado, já se havia registado o número mais elevado de sempre e cerca de 80 mil alunos receberam um apoio por parte do Estado para frequentar o ensino superior. Este ano, espera-se que mais 3.000 a 4.000 alunos tenham acesso a uma bolsa de ação social (fruto das mudanças aplicadas no verão por parte do MCTES). Também fruto das novas atualizações, surge o complemento para os estudantes deslocados e um alargamento dos apoios para os alunos que vão estudar no interior. Para além disto, destaca-se a atribuição automática de bolsas de estudo aos estudantes do ensino superior que beneficiem de abono de família até ao 3º escalão – atribuição essa que, até agora, estava reservada a estudantes beneficiários do 1º escalão.
Segundo João Machado, presidente da Federação Académica de Lisboa, aumento do número de candidatos a bolsa “era expectável” e “é reflexo das mudanças nas regras”. Também a presidente da Federação Académica do Porto, Ana Gabriela Cabilhas, defende que o alargamento do limiar de elegibilidade “aumenta o número de estudantes com expectativa de receber bolsa” e a atribuição mais fácil a quem já beneficiava de apoios “antecipa o calendário do processo”. A própria acredita que “há uma sensação de incerteza face à crise” mas “a principal dificuldade nesta fase” prende-se com o alojamento estudantil.