Pouca oferta e preços exorbitantes: alojamento no ensino superior

Ana Isabel Almeida
Editora Unlimited Future
30 Setembro 2022

Para além da pouca oferta, os preços são exorbitantes. A opinião de que o mercado de arrendamento está insuportável é consensual um pouco por todas as associações/federações de estudantes de todo o país.

Esta semana, João Caseiro, presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC) disse que os preços são cada vez mais “incomportáveis para as bolsas dos estudantes e suas famílias”. Esta, entre outras, é uma das principais razões pelas quais se acredita que o ensino superior sofrerá um “abandono massivo” por parte dos alunos deslocados e/ou de estudantes que não tenham capacidade financeira para suportar todos os custos (alimentação, transportes, propinas, etc) – não contemplados devidamente pelos apoios diretos aos estudantes.

João referiu que “o valor médio do arrendamento de um quarto aumentou cerca de 10%. O grande leque da oferta de alojamento em Coimbra reside ainda no mercado de arrendamento, onde o valor médio das rendas ronda agora os 270 a 290 euros”. Posto isto, o dirigente considera que “falta resposta ao desregulado aumento de preços no arrendamento de quartos e casas” para os alunos.

Mais ainda, admite que “se nada for feito, previsivelmente teremos uma crise terrível nos próximos anos, com um abandono escolar massivo”, o que irá “chocar com o princípio basilar de assegurar um ensino superior para todos e tornando a Universidade mais elitista, apenas acessível àquelas que poderão suportar os custos”.

O presidente da direção-geral da AAC salientou a importância do ensino superior para o fortalecimento da democracia e defendeu a revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) que, no seu entender, se trata de um documento arcaico” – uma vez que o atual RJIES “tem prejudicado, sobretudo, a comunidade estudantil”, reduzindo a sua representatividade nos órgãos de governo da Universidade de Coimbra (UC).


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