Ah, o Ensino Superior... aquele reino mítico onde todos dizem que a vida adulta começa, mas ninguém avisa que também é o local onde as olheiras começam a ganhar vida, o sono torna-se uma lenda e o café o herói principal, salva-te muitas vezes. Quando pisas a universidade pela primeira vez não conheces nada, mal consegues encontrar a sala de aula certa, mas encontras alguém do teu curso, que embora esteja tão confuso como tu, te ajuda e chegam ao tesouro, a sala pretendida, imediatamente percebes que há sempre alguém que chega depois de ti porque estava perdido também, regra geral no início toda a gente anda perdida e por isso poucas são as pessoas que chegam a horas.
➡️O Grande Medo: “E agora, o que é que eu faço?”
O primeiro dia na faculdade é como entrar num labirinto gigante, pior, num filme de terror. A primeira aula? Talvez um curso de sobrevivência emocional fosse mais útil do que uma aula de Cálculo I. Entras naquela sala com mais rostos novos que mesas, tentas sentar-te no fundo (é sempre no fundo, não é?) e começas a tremer. “Será que escolhi o curso certo? E se ninguém gostar de mim? Estou na minha primeira aula e já tenho uma montanha de coisas para estudar, será que vou conseguir?” A resposta para todas essas perguntas é um sonoro: Sim, talvez, quem sabe? Tudo se faz! Já agora, sobre isto dou-vos um spoiler: toda a gente está a pensar o mesmo e sim, tu vais conseguir.
➡️O Horror das Apresentações: “Digam o vosso nome e algo interessante sobre vocês”
Uma pergunta muito importante: Quem é que inventou as apresentações na universidade? Mais um spoiler, o professor não vai decorar o nome de nenhum aluno, contudo, mesmo assim ele lança a bomba: “Apresentem-se”.
Como por magia já não sabes mais quem és, é certo que verificaste o teu nome e data de nascimento mais de trinta vezes a fazer a candidatura, mas parece que isso desapareceu da tua mente, a única coisa que te passa pela cabeça é que gostas de pizza (quem é que não gosta?), aquela frase simples transforma-se numa tortura de segundos intermináveis, enquanto todos fingem que não estão a soar, porque têm medo de se enganar e todos se começarem a rir.
➡️As Amizades Inesperadas
Passada a primeira semana de pânico absoluto, a magia acontece: surgem as amizades. Não importa se é porque vocês têm a mesma aula, ou ambos se enganaram na sala três vezes no mesmo dia, ou até porque estavam na mesma fila do autocarro, eventualmente tu vais encontrar aquela pessoa com quem dividirás o drama da vida académica. O mais bonito é que, mesmo entre tantos medos, o caos cria laços. “Tu também achas que o professor de Bioquímica veio de Marte?” Boom! Amizade formada para a vida!
➡️Os Mistérios da Cantina
Outro ponto em que ninguém toca é que a cantina será o teu novo campo de batalha. Não estou a falar das filas intermináveis ou das cadeiras que nunca estão disponíveis (isso é uma constante), mas da luta entre o desejo de comer algo decente e o orçamento que grita “não!”. Nessa parte surgem os dilemas profundos, como: “Será que devo gastar tudo naquela fatia de pizza, ou naquela sandes deliciosa?”
“Posso viver só de café até o fim do semestre?” A resposta? Geralmente sim, na maior parte dos casos.
➡️Frequências
O nome só por si já assusta e pior ainda é quando chega o momento em que tu olhas para o calendário e percebes que a semana do terror chegou, não vos falo do Halloween, mas sim das frequências.
O medo ancestral de todos: “Eu estudei o suficiente? E se eu reprovar?” Mas a verdade é que, no final, tudo corre bem, às vezes, é só o suficiente para passar e ficamos muitíssimos felizes com isso, nas outras realmente superas-te (obrigado, madrugada de estudos), contudo, independentemente disso, sobreviver à primeira semana de frequências é uma vitória épica digna de ser celebrada com adivinhem... mais café!
➡️No final de tudo
O mais engraçado é que, depois de alguns meses, tudo o que parecia assustador começa a ser a tua rotina, vais continuar a perder-te de vez em quando, e a cantina ainda vai estar cheia, embora à medida que o ano vai passando fique cada vez mais vazia, o ponto importante é que, com o tempo, os medos diminuem, as amizades crescem e, de repente percebes: “Eu estou mesmo aqui, estou na faculdade.”
Dica que vale ouro: Se és um caloiro perdido, relaxa! Todos estamos no mesmo barco (ou, pelo menos, todos já estivemos), no final das contas, o ensino superior é muito mais do que frequências e trabalhos, é sobre encontrares-te (ou não te perderes no caminho), é descobrires que consegues grandes coisas, mesmo que às vezes pareça que não.
Bem-vindos à odisseia da vida universitária!